Por que é preciso fazer a transformação digital da IES?

Escrevi no mês de abril um texto sobre transformação digital (TD) (https://fabiogarciareis.com.br/por-que-fazer-transformacao-digital-e-urgente/). Retorno ao tema, porque é um assunto recorrente em nossos debates e está na pauta dos gestores. Recentemente, em conversa com um reitor, falamos sobre por que uma IES deve investir na TD. Antes de falar do porquê, algo que já comentei no artigo anterior, vou apresentar algumas definições e fazer uma rápida análise de contexto, para facilitar a compreensão desse porquê.

No site da Educase (https://www.educause.edu/focus-areas-and-initiatives/digital-transformation) encontramos boas análises e uma definição que nos leva a entender a TD como “o processo de otimização e transformação das operações, direções estratégicas e propostas de valor das instituições, através de mudanças profundas e coordenadas em cultura, pessoal e tecnologia”. 

A Amazon entende a TD como um “processo que uma organização aplica para integrar tecnologias digitais em todas as áreas de um negócio, modificando fundamentalmente a maneira como ela agrega valor aos clientes” (https://aws.amazon.com/pt/what-is/digital-transformation/). A Starse, como o “processo de mudança ou melhoria de desempenho de um modelo de negócio corporativo, com base na utilização de ferramentas digitais e tecnologias inovadoras, para que ocorra a substituição de práticas exercidas anteriormente, aprimorando ainda mais a experiência do cliente, bem como a obtenção de vantagens competitivas”. (https://www.startse.com/noticia/nova-economia/o-que-e-transformacao-digital-11-dicas-de-como-fazer-isso-muito-bem/). No site da FIA, encontramos a seguinte definição: “é uma mudança de mentalidade que as empresas passam com o objetivo de se tornarem mais modernas e acompanharem os avanços tecnológicos que não param de surgir” (https://fia.com.br/blog/transformacao-digital/). 

As definições são convergentes e apontam semelhanças nos conceitos, com palavras que são chaves para compreender a TD: processo, estratégias para otimizar, competitividade, mudança de cultura e mentalidade, integração das tecnologias, novas tecnológicas e melhoria do desempenho institucional e aprimoramento da experiência do cliente. A TD não é um modismo, é uma necessidade. O tema está presente nos debates desde a década de 1990, todavia, com o avanço das tecnologias da informação e com a pandemia, o debate sobre o tema se intensificou. Há uma tentativa de se compreender seu significado, impacto e importância para as IES.

Os últimos dois anos foram de crises e de aprendizados, que abriram espaço para as oportunidades. O contexto é de escassez de recursos financeiros, dificuldade de captar novos estudantes, concorrência intensa e baseada no preço das mensalidades, desconfiança sobre o valor do ensino superior, novos concorrentes que oferecem formação para o mercado de trabalho com preço e tempo menores, avanço dos negócios da educação, disponibilidade de novas tecnologias, mudança do comportamento e dos valores dos jovens, entre outros fatores que incidem na dinâmica e organização das IES. Num ambiente de incertezas, todos esses fatores estão em um liquidificador, sendo misturados. Imagine o caldo complexo e difícil de descrever, com a mistura de tudo isto. A sensação é de que precisamos fazer mais, com menos recursos e melhor.

Cabe ao gestor zelar pela viabilidade financeira da instituição e pela qualidade da oferta do serviço educacional. Ele, provavelmente, busca melhorar a eficiência institucional através de processos que otimizam o desempenho financeiro, garantam a perenidade da IES, intensifiquem as experiências e a satisfação dos usuários e qualifiquem o modelo acadêmico, porque é isto que, no “final do dia”, garante a superação das crises e o sucesso institucional.

Portanto, tendo como parâmetro esse contexto, porque uma IES precisa fazer TD? Uma resposta possível é: para melhorar a performance dos processos, serviços e projetos acadêmicos e administrativos, com estratégias que utilizem a tecnologia digital, garantam a boa experiência dos usuários e gerem mudanças na cultura institucional. A TD deve proporcionar a otimização da operação institucional ou até ser um dos pilares da mudança do modelo de negócio.

A TD não é uma ação que se faz em um ano. Ela é um processo que requer planejamento e o desenho de um plano. A IES que se propõe a fazer TD precisa estar disposta a mapear as tecnologias disponíveis, a destinar um orçamento para viabilizar essa transformação, a designar um grupo responsável pelo projeto e a ter uma “carta de navegação”, para saber aonde quer chegar.

A TD, ao melhorar os processos e torná-los ágeis na secretaria acadêmica e em outros setores, ao fornecer indicadores de desempenho e possibilitar a análise preditiva das informações institucionais, ao melhorar a experiência do usuário e a aprendizagem dos estudantes e ao ter a tecnologia como instrumento de mudança institucional, indica que desconsiderá-la é navegar por tempestades, considerá-la como estratégia é buscar luz e perspectiva de um futuro provavelmente saudável.   

A TD tem como alicerce o uso das tecnologias, mas não é isto que garante o sucesso da transformação. O que garante o sucesso é a mudança de mentalidade, é a abertura para o novo, é a vontade de priorizar a experiência dos usuários, especialmente dos estudantes.

O gestor de uma IES, ao declarar que prioriza a TD terá que induzir a IES a utilizar as tecnologias digitais nos seus diversos setores, com planejamento. Muito provavelmente, as instituições já possuem ações e processos de TD, mas é importante que as ações estejam conectadas, desenhadas e planejadas, para que não se transformem em “penduricalhos de tecnologias” fragmentadas. 

Espero que os gestores iniciem ou fortaleçam a transformação em diferentes setores da IES, mas façam isso o mais rápido possível. Definitivamente, conhecer e utilizar os recursos tecnológicos digitais indica que a IES quer melhorar seu desempenho acadêmico e administrativo.   

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