Categorias
Uncategorized

É sobre o estudante, sim.

Para que servem as escolas? A resposta óbvia é: para formar pessoas. Escolas rementem à educação e a educadores. Através da educação, um país terá pessoas com atitude cidadã, compromissadas com o desenvolvimento sustentável e social e preparadas para exercerem suas atividades profissionais.

Essa consideração nos remete a uma série de ponderações, entre elas: uma escola não pode descuidar do aprendizado dos seus estudantes. É por isso que o Fnesp em 2023 irá tratar do tema do engajamento, das experiências memoráveis, das convivências sociais, da saúde mental, do modelo acadêmico e de outros temas que rementem ao cuidado com os estudantes.

O Semesp é compromissado com a educação e quer estimular as escolas a colocarem o estudante em primeiro lugar. Para nós, do Semesp, as estratégias e investimentos precisam responder a seguinte pergunta: estamos priorizando o aprendizado do estudante.

Às vezes achamos que basta uma escola ter um bom gestor para que essa escola resolva os seus problemas de educação ou basta uma tecnologia, para que ela consiga manter seus estudantes engajados e fieis à instituição. Um bom gestor tem de entender de educação para gerar os melhores resultados para a escola. As boas tecnologias são ferramentas e apoio, para bons modelos acadêmicos e administrativos. O que pode resolver “os problemas” da escola é a forma como ela valoriza estudantes e os educadores e como elabora e implementa o modelo acadêmico.

Ao priorizar o estudante, uma escola cumpre a sua missão educativa. Um gestor tem que cumprir metas, gerar resultados, inclusive financeiros, mas a prioridade terá que ser sempre o aprendizado dos estudantes.

O Semesp acredita que uma escola se faz com bons educadores.  São eles que fazem o coração da escola pulsar. Não basta uma escola ter um bom gestor, se os educadores não são estimulados a atuarem conforme os princípios do modelo acadêmico e não recebem investimento para a sua formação contínua.   

O Fnesp, ao tratar do tema do estudante, convida todas as escolas a se manterem em um diálogo permanente sobre aprendizagem, engajamento e vivências memoráveis dos alunos. Se não cuidarmos deles com atitude de educadores, eles não vão mais se importar com a gente. Se não compreendermos o que eles pensam, desejam ou querem, provavelmente, nos distanciaremos deles. Um bom gestor de escola é também um conhecedor de do comportamento dos estudantes.

Faço o convite para que participem e acompanhem as discussões no Fnesp 2023. O Semesp cumpre sua função ao apontar caminhos para que as escolas sejam mais competitivas e relevantes para a sociedade.  

Categorias
Uncategorized

MeteRed TI: porque as IES precisam aderir?

A MetaRed ainda não é uma rede consolidada no Brasil. Há alguns fatores que explicam a sua não consolidação: a) a informalidade, pois não há procedimentos formais de adesão e permanência na rede; b) os resultados da rede ainda não foram percebidos e institucionalizados nas IES; c) é uma rede jovem, que se iniciou em outubro de 2019. A pandemia e a rotatividade dos gestores de TI das IES dificultaram a percepção do impacto e do valor da MeteRed. Todavia, não tenho dúvida, a MetaRed tem um futuro próspero, relevante e de incidência nas IES que aderirem a ela. Por que afirmo isso?

a) é uma rede de tecnologia, de transformação digital, de fortalecimento da área de TI nas IES. Afirmo: uma IES terá dificuldade de ser competitiva se não priorizar a área de TI e torná-la estratégica;

b) é um movimento internacional, que integra 11 países e mais de 900 IES. Há oportunidades de cooperação, de diálogo com IES que possuem problemas semelhantes, ou melhor, com IES que possuem boas práticas de gestão, soluções tecnológicas e outras práticas qualificadas da área de TI;

c) é um movimento que conta com o suporte do Santander Universidades, que “abriu as portas” para dialogarmos com a União Europeia, com a Unesco, com a OCDE, com a OEI e tantas organizações internacionais;

d) é uma rede que proporciona formação e aprendizado, que investe nas pessoas que compõem os grupos de trabalho, com cursos internacionais, em universidades relevantes.

Há o que melhorar, sim, sem dúvida, mas há muita oportunidade de crescimento e de impacto efetivo nas IES que participam da MetaRed. Dificilmente uma IES sozinha conseguirá soluções de cibersegurança, sozinha. A MetaRed disponibiliza um Kit com propostas de ações para qualificar a segurança dos ambientes tecnológicos da instituição. Uma IES isolada terá dificuldade de tornar a área de TI estratégica, com um modelo de gestão compatível com os desafios contemporâneos. A MetaRed tem pessoas qualificadas em gestão de TI, realiza pesquisa comparadas e tem indicadores de boa governança. Da mesma forma, uma IES isolada terá muito trabalho para mapear as tecnologias educacionais e de criar um bom relacionamento com fornecedores mundiais de tecnologia. A MetaRed possui grupos de trabalhos específicos para estes temas.

Muitas redes de IES já possuem grupos de trabalhos na área de TI e podem cometer um erro ao fazer a seguinte interpretação: “já estamos trabalhando em uma rede de TI com XX IES, portanto, não preciso participar da MetaRed”. Onde está o erro? Na incompreensão do seu poder de impacto, pois é uma rede internacional, envolvida com organizações relevantes, como as citadas acima, que possui mais de 50 grupos de trabalho. Portanto, a MetaRed transcende as diferentes redes de IES. O diálogo, as soluções, as boas práticas e as pesquisas possuem um olhar e um impacto mais amplo e são reconhecidas por organizações internacionais.  

A MetaRed Brasil tem como presidente a professora Lúcia Teixeira, que também preside a Unisanta e o Semesp. Eu sou o secretário executivo. Há quatro grupos de trabalho: a) Cibersegurança, coordenado por Domingos Sávio, da Unit; b) Tecnologias educacionais, coordenado por Marco Antônio, da Unicamp; c) Governança e indicadores de TI, coordenado por Marcelo Bardi, da FAE; d) Relacionamento com os fornecedores, coordenado por Ewerton Nunes, da FAESA. Estamos integrados com todos os países que possuem o projeto MetaRed. Somos coordenados pela MetaRed Global, com sede na Espanha.

Há desvantagem em participar da MetaRed? Gostaria de ouvir as respostas dos leitores.  A MetaRed é uma rede em construção, que irá se consolidar com a participação efetiva de todos os envolvidos. Não há qualquer tipo de taxa financeira para participar. Há muitas IES envolvidas, que buscam qualificar a área de TI. Há suporte internacional, há soluções de TI que já estão validadas. Então, há muitas vantagens. Faço o convite, participe da MetaRed.

Nós do Semesp acreditamos na MetaRed, dedicamos nosso tempo, nossa experiência em redes, nossa capacidade de conectar pessoas e envolvemos a energia da nossa equipe, no projeto. Espero, caro leitor, que você participe das nossas agendas e convide sua IES a se integrar à nossa rede. Se você leitor é um gestor de IES, esteja conosco. Escreva para redes@semesp.org.br. Agradeço à Universia Santander por ter dado origem a este projeto. O nosso futuro será mais brilhante que o nosso passado. (o texto é uma reflexão sobre a MetaRed TI Brasil)        

Categorias
Uncategorized

História, educação e 200 anos de Independência

Sou licenciado em história, por vontade própria. Entre graduação e doutorado (USP) foram 11 anos contínuos de estudo. Eu tenho orgulho de dizer que sou professor. Durante muito tempo lecionei em turmas do ensino médio e em cursos técnicos e sempre ouvi perguntas semelhantes: “para que estudar história?”, “vamos estudar essas coisas que já passaram e que estão mortas?”, “nós temos de viver o presente, não é professor?”. No Unisal, onde lecionei até o ano passado, sempre dialoguei com meus alunos sobre a importância do ensino da história. 

Há no senso comum uma perspectiva de que história é o estudo de algo “morto” e que, por isso, não tem importância. Aprendi que a história nos dá consciência do presente, nos permite compreender o mundo que estamos vivendo, nos traz luz sobre os porquês dos acontecimentos políticos, econômicos, sociais, culturais e tantos outros. Ao mesmo tempo, a história nos permite projetar o futuro e pensar em perspectivas, portanto, a história é viva e dinâmica.

Estamos na semana em que vamos festejar os 200 da independência. As datas comemorativas servem para celebrar o acontecimento, mas também para gerar reflexão sobre seu significado. No caso da independência, podemos aproveitar o momento para entendermos a nossa trajetória e o que somos como país. Podemos também refletir sobre como podemos construir um país mais justo, igualitário, democrático, economicamente desenvolvido e inclusivo.

Infelizmente, parece que o estudo da história não está entre as prioridades em nosso sistema de educação. Formamos gerações de jovens que pouco conhecem a sua História. Nossos cursos de licenciatura e a formação de professores precisam ser repensados, e, sem dúvida, necessitamos de políticas públicas assertivas. Vivenciamos um vazio de boas propostas para a educação.

Ao não valorizarmos a história é provável que os cidadãos deem pouca importância aos 200 anos de independência. Em uma perspectiva positiva, provavelmente, poderíamos estar em um momento de festas, debates, reflexões e construção de propostas para um Brasil mais republicano, em que os interesses públicos se sobreponham aos interesses individuais.

Se não conhecemos a nossa história, dificilmente entenderemos o significado da independência e os projetos de país que estavam em discussão, em 1822. Aliás, temo o desconhecimento de outra data comemorativa que está próxima, o 15 de novembro, data em que celebraremos a Proclamação da República. Devemos celebrar e reafirmar: O Brasil é uma República democrática e isso tem seus significados e impactos.

Estamos em um ano de eleição e a educação não aparece como pauta prioritária nos debates políticos. Isto é um erro que irá atrasar possíveis avanços na área educacional. Pobre é o país que tem carência de políticas públicas. Nossos candidatos precisam esclarecer o que pensam sobre temas essenciais para o futuro do Brasil. Temo a perda de oportunidade de discutir o que é essencial e as “fake news” que podem nos induzir para a perda da capacidade de diferenciar o que é real do que é fantasia.

O desconhecimento da história contribui para o avanço das “fake news”, além disso, temos outro agravante, a desvalorização da memória. Se descuidamos do ensino da história e se não valorizamos a memória histórica, provavelmente, teremos problemas com o futuro. A história tem de ser pensada e em muitos casos, reescrita, mas há perigos de cairmos em narrativas distorcidas de um mundo dual, em que só existem as versões da esquerda e da direita.

Sempre respondi para meus alunos que era preciso viver o presente, mas há uma trajetória que nos trouxe até a atualidade. Somos o que somos porque temos uma história, que precisamos conhecê-la, discuti-la e compreendê-la. De forma alguma podemos esquecê-la. A história é viva, foi construída com ideias, projetos políticos e econômicos, entre outros. Eu acredito que muitos dos meus alunos passaram a valorizar e a estudar história com mais interesse e consciência.

Ao celebrarmos os 200 anos de independência, temos de refletir sobre que país queremos, sobre que país construímos e o que vamos fazer a partir de agora, especialmente, em um ano de eleições. Candidatos precisam propor políticas públicas e irem além do discurso vazio sobre a valorização da educação. O 7 de setembro é uma data comemorativa e simbólica, para pensarmos o Brasil. O país precisa de políticos estadistas e que sejam capazes de superar as fragmentações que geram tensões e um provável futuro nebuloso.

No campo da educação, espero que o país intensifique a inclusão na educação e a equidade, que dê oportunidade para todos, sem discriminação, que tenha uma educação que promova a formação de cidadãos com competências e habilidades para desenvolver atividades profissionais, que tenham políticas de financiamento que possibilite acesso ao ensino superior, que valorize a pesquisa e a ciência, que tenha relevância e impacto social e que tenha nas instituições públicas, pessoas capacitadas, éticas e comprometidas com o bem público e com a formulação de políticas públicas para a educação.

Faço o convite para que possamos estudar mais a nossa história, para que valorizemos a memória, para que possamos, como cidadãos, construir um país melhor para todos os brasileiros. Que os próximos anos sejam de prosperidade e de consolidação da Democracia e da República. Espero que as celebrações dos 200 anos da independência reforce nossa consciência sobre o valor da história.