Desaprenda, faça conexões e planeje transformações

Hoje é dia 13 de maio de 2022, sexta-feira, e estou no aeroporto de Barcelona. Viajei para participar de um Fórum (https://forumeducahigh.com/) e aproveitei para fazer algo de que gosto: aprender e fazer conexões. Durante o voo para a Espanha comecei a ler o livro “Desaprenda”, indicado por Nizan Guanaes durante o 14º. CBESP. Já estou quase terminando a leitura. Fórum, conexões e leitura, o que aprendi com tudo isto?

Durante o Fórum ficou claro que as mudanças no setor de educação são intensas (essa percepção não é novidade). Há uma convicção de que as IES precisam avançar para modelos educacionais híbridos, focar no engajamento e no aprendizado dos estudantes, investir no professor para que tenha competências digitais e fazer a transformação digital. Conclusões: a) quem não induzir transformações que conecte a IES com o mundo digital perderá competitividade; b) as tecnologias emergentes vão impactar a forma como concebemos e organizamos a dinâmica administrativa e acadêmica das IES; c) os novos provedores de educação, que não são IES convencionais, já são nossos concorrentes. Conversei com alguns novos provedores e eles sentem que a IES convencional está de modo geral “fora do plumo” e que eles ofertam um tipo de formação mais ágil, mais conectada com o mercado, mais propicia para o mundo atual.

Conheci Alex Mora, que é responsável pela concepção e fundação da “Mataverse University”, que será lançada em setembro, em Barcelona. A proposta dele é que a “universidade” seja uma instituição de educação, que oferece um conjunto de cursos livres, que atendem à nova economia digital, em um ambiente de realiadade virtual. Será uma instituição não vinculada aos organismos oficiais. Para ele, vincular-se às normas legais do MEC significa perder tempo com burocracias e inibir mudanças ágeis. Mora entende que sua instituição irá formar pessoas para os empregos emergentes, em um mundo digital. Ele estudou transformação digital no MIT e tem uma série de estudos sobre o tema. Ele argumenta que irá proporcionar experiências de aprendizado, utilizando tecnologias imersivas, no metaverso. Vamos acompanhar o que irá acontecer e qual será o impacto  da “universidade”.

Também tive a oportunidade de conhecer a “Universitat Oberta de Catalunya” (UOC). A proposta da UOC é ser uma instituição 100% on-line, com aulas assíncronas, muito bem estruturadas. Eles possuem centros de estudos de e-learning, e-health e outros, dedicados a investigar as melhores práticas de educação on-line. A instituição nasceu do governo da Catalunha, para ampliar o acesso dos estudantes ao ensino superior, de forma virtual e com qualidade. Ouvi da reunião com gestores da UOC duas afirmações importantes que expressaram as seguintes ideias: a) não reproduzimos no on-line, uma aula remota com pouco engajamento dos estudantes, que na maioria das vezes reproduz as aulas presencias. Eles priorizam o desenho do modelo acadêmico, o que é um fator de diferenciação e aumento da competitividade; b) investimos na transformação digital, pois sabemos que isto irá nos diferenciar. A transformação digital agrega valor, melhora a gestão e ajuda a personalizar o aprendizado.

Cheguei à Espanha no dia 11 de maio e em menos de 72 horas tive a oportunidade de estabelecer bons contatos. Nos poucos momentos informais no Fórum Educa, conheci gestores de IES, empreendedores e empresários interessados na inovação e dispostos a fazer conexões. Desaprendi, conforme a proposta de Cassio Grinberg, em seu livro. Desamprendi ao conversar com gente que falou sobre marketing imersivo, com gente (novos provedores de educação) que oferece serviços ágeis e conectados com a sociedade digital e com gente que está tentando mover nossas IES, para a transformação digital.

Leitor, não vejo muitas opções para as nossas IES. Sugiro que passemos a compreender o mundo digital e a planejar as mudanças que são necessárias. Caso contrário, vamos experimentar crises internas e o valor do diploma da IES desconectada do mundo digital será menor para a sociedade e para os empregadores. A IES viverá em uma angústia permanente. Espero que estejamos abertos para desaprender a para refazer a trajetória de nossa IES, o que não significa perder a identidade.

Grato Semesp, grato MetaRed, grato Consórcio Sthem Brasil. Espero retribuir o apoio com novas ideias. Estou disposto a aprender e sei que para isso é preciso, também, desaprender.    

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