Sobre rankings no ensino superior

Rankings no ensino superior são bem-vindos e, ao mesmo tempo, geram desconforto e distorções.  Harvard, MIT, Yale, Oxford ou Cambridge (Inglaterra) e outras famosas aparecem entre as melhores do mundo, em Rankings como do Times Higher Education,  do Academic Ranking of World Universities de Shangai e Quacquarelli Symonds (QS).

Essas universidades possuem endowment (fundos de doação) gigantescos, recursos públicos e privados, um corpo de estudantes qualificado e um corpo docente formado por renomados pesquisadores. São IES de pesquisas, formam uma elite e se beneficiam dos rankings, pois atraem mais investimentos.

IES bem posicionadas nos rankings despertam de ser como elas são. Querer ser como elas são é uma vontade controversa. Cada IES precisa encontrar o seu caminho e ser inovadora, em seu projeto institucional.    

Nem todas são universidades de pesquisa e não precisam ser. Poucas possuem fundos de endowment e recursos financeiros para altos investimentos.  É preciso valorizar a diversidade, a identidade e a vocação institucional das IES.

É preciso ter consciência de que os rankings representam um recorte, uma fotografia intencional, pois quem o elaborou é o responsável pelos seus critérios. O leitor atento precisa ter essa percepção, algo que nem sempre a imprensa tem. Há riscos de “trocar alhos por bugalhos”.

Apesar das eventuais distorções, rankings são bem-vindos, quando os critérios são claros e compreensíveis e quando eles fornecem parâmetros de qualidade e servem de referência para a sociedade.

O Jornal “Estado de São Paulo” publicou um editorial no dia 9 de setembro com o título “A liderança da USP na AL”. No ranking do Times Higher Education, publicado recentemente, a USP foi considerada a melhor universidade da América Latina.   

O editorial também aponta o resultado de outros rankings, em que a USP ocupa as primeiras posições, o que aumenta o seu prestígio, a sua capacidade de articulação institucional e a chance de captar recursos, além de aumentar a captação dos melhores estudantes do ensino médio e de atrair professores e pesquisadores talentosos.

Nos rankings internacionais, chama atenção os resultados de IES como a PUC do Chile e a Tec. de Monterrey, na América Latina. São instituições privadas, de alto prestígio e relevância acadêmica. Merecem destaque os bons resultados das PUCs, no Brasil. Quando há gestão com foco na qualidade da oferta do ensino superior, gente qualificada e recursos financeiros, os resultados aparecem.

O fato é que precisamos de uma maior diversidade de rankings. É preciso que a sociedade tenha a oportunidade de conhecer as diferentes identidades e objetivos das IES. Uma IES focada em ensino não pode ser comparada com uma de pesquisa. Talvez possamos ampliar o conceito de universidade ou definir com maior objetividade as tipologias das IES. Será que todas, necessariamente, precisam ser de pesquisa, como é a USP?

As IES disputam prestígio. Em um mundo em que a informação é acessível e a comunicação é intensa, as IES precisam se diferenciar, já que concorrem para captar estudantes, recursos financeiros e outros elementos que indicam sucesso e prestígio.

Recomenda-se que as IES busquem se diferenciar pela qualidade de sua oferta acadêmica. Buscar um bom posicionamento em rankings, que são viváveis para a instituição, é uma boa estratégia.         

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