O que pode fazer uma rede dar certo e o que pode fazê-la dar errado?

Donos de IES enfrentam dificuldades para manterem o equilíbrio  financeiro e para responderem aos desafios típicos de tempos de rápidas mudanças e incertezas. Em muitos casos, ficam com dúvidas em suas decisões.

Redes de cooperação reduzem custos, intensificam a troca de experiência, proporcionam o aprendizado institucional e aumentam as chances das decisões trazerem bons resultados. Por que, alguns gestores acreditam nas redes, mais que outros? Talvez, porque quem acredita e investe em estratégias de redes possui maior facilidade de diálogo, abertura para o novo, vontade de aprender e de buscar soluções para os problemas institucionais.

Uma rede tem um tempo para ganhar maturidade. Em média, uma rede pode levar de três a cinco anos para sair de uma fase de informalidade para ganhar contornos de cooperação estruturada. O tempo vai depender da prioridade dada pelos lideres institucionais. Forçar a maturidade da rede não é a melhor atitude. O que se pode é estimular, fomentar a cooperação e o diálogo, para que as IES participantes sintam vontade de avançar com a cooperação.   

O que diferencia as atitudes dos gestores e o que dá certo e o que dá errado, nas redes de cooperação.

Aponto 6 fatores de sucesso de uma rede. Uma rede dá certo quando:

  1. confiança entre os participantes, portanto, a ética, a clareza dos objetivos, a assertividade são atitudes que precisam ser alicerces da rede. A confiança se constrói com o tempo e com a troca constante de informações e experiências.
  2. compromisso e os gestores incluem em sua agenda as reuniões das redes e ações que possibilitam a realização do planejamento. O compromisso está em incluir a rede na estratégia institucional.
  3. governança e gestão, já que a rede precisa funcionar com diretrizes que orientam a sua dinâmica. A rede precisa ter uma coordenação que estabelece a agenda, assegura a implementação do planejamento e acompanha e avalia o seu desempenho.
  4. planejamento e perspectiva de propósito, já que uma rede tem objetivos, projetos e dinâmica. Uma rede precisa estruturar sua agenda, traçar uma perspectiva coletiva que aponte um caminho a ser seguido por todos participantes.
  5. pessoas e lideranças, com vontade de cooperar. Uma rede requer gente engajada e pessoas que se dedicam, porque reconhecem os benefícios das redes. A rede precisa ser construída e mantida coletivamente. Aliás, a rede é uma construção coletiva e necessita de liderança, de “transpiração e energia”  
  6. flexibilidade, dinâmica, inovação, atitude e sentimento de pertencimento. Uma rede requer transformação cultural, pessoas com vontade de aprender, apropriação do projeto. A rede tem de fazer sentido para as IES participantes e agregar valor e inovação.  

Aponto 6 fatores que podem levar uma rede a dar errado. Uma rede pode fracassar quando:

  1. falta de confiança, o que indica que o relacionamento não é sólido, há desconfianças e não há disposição de troca de informações.
  2. falta de compromisso dos líderes institucionais e a rede não está na prioridade da IES. O gestor não pode terceirizar a participação na rede e deixar de incluí-la  na agenda institucional. O discurso de apoio à rede cai no vazio, quando o gestor não a prioriza e dela não participa.
  3. falta de organização na dinâmica da rede e as reuniões  se tornam demasiadamente informais. Um mínimo de organização na agenda e planejamento da rede é bem-vinda.
  4. falta de planejamento e a rede fica sem um norte para o seu funcionamento, não há ações estruturadas e ações combinadas entre as IES participantes das redes.
  5. carências de pessoas e de liderança focadas no bom funcionamento da rede e a cooperação se torna pouco inspiradora, sem dinâmica e formal. Uma rede sem a energia das pessoas se torna burocrática.
  6. burocracia e planilhas em excesso e controle. Em tempos de tecnologia e de diferentes metodologias, nem tudo se transforma em uma tabela ou em alguma plataforma que permite trabalho coletivo. Rede é transformação cultural. As metodologias e plataformas são bem-vindas, mas não mais importantes do que a liderança, a visão, o comportamento e a atitude das pessoas perante a cooperação.

É comum, redes permanecerem em uma situação intermediária, entre o que os fatores apontados acima (o que dá certo e o que pode levar ao fracasso), o que pode significar que a rede está em uma fase de transição, com ganhos de maturidade, sem ter uma estrutura de governança e planejamento efetivos.

No Semesp, as duas primeiras redes foram organizadas no segundo semestre de 2016. Já temos 5 anos de atuação e duas redes maduras, com projetos estruturados. Tornaram-se redes estáveis e com mais tempo de cooperação. O tempo nos permite compreender que, para uma rede dar certo, a intenção dos gestores precisa ser manifestada em ações e compromisso com a cooperação.     

Share:

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on pinterest
Pinterest
Share on linkedin
LinkedIn

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Social Media

Most Popular

Get The Latest Updates

Subscribe To Our Weekly Newsletter

No spam, notifications only about new products, updates.

Categories

On Key

Related Posts