Tenho insistido no tema das redes de cooperação. Explico o porquê: por meio da cooperação, as IES podem criar sinergias, aprendizados, melhorar a qualidade e reduzir custo.
Há cooperações que são informais e que, em alguns casos, não ultrapassam os limites da troca de informações que resultam em aprendizados e em conhecimento da experiência entre as IES. Essas cooperações são bem-vindas, mas faço o convite para que os gestores avancem nas alianças estratégicas e que façam cooperações estruturais.
Para o aprofundamento das alianças estratégicas, os gestores precisam se envolver nas negociações e dedicarem tempo ao processo de cooperação. Pela experiência na área de redes de cooperação e consórcios, vejo que essas iniciativas podem ser uma alternativa real para reduzir custos, sem perder a qualidade.
Que as alianças podem acontecer, no ensino superior:
– em áreas de contabilidade
– em áreas responsáveis pelo setor de compras
– em áreas jurídicas
– em áreas de gestão de pessoas
– em áreas de TI
– em áreas de secretária e procuradoria institucional
– em áreas de formação de professores
– em áreas de oferta de cursos de graduação
– em áreas de EAD
– em áreas de stricto sensu
– em outras áreas
Por que as alianças não acontecem? Tenho algumas hipóteses: porque os gestores não dialogam sobre o tema, porque desconhecem as experiências bem sucedidas, porque não fazem as contas sobre a redução dos custos, porque sempre atuaram de forma fragmentada, porque argumentam que querem preservar a tradição e a “marca institucional” e por outros motivos.
Tenho expectativa de que a Rede de Cooperação 7 (G7), que reúne 9 IES rompa com as convenções de que não é possível criar alianças e fusões, em diferentes áreas da instituição. No G7, os mantenedores e gestores estão focados em uma aliança estruturada, que traga benefícios acadêmicos e administrativos para a rede. O Semesp, possui 12 redes de cooperação, com 85 IES. O G7 é uma rede promissora e já apresenta resultados efetivos.
A cooperação em tempos de crise é urgente, especialmente, para as IES de pequeno porte, em função dos custos crescentes.
Gestores, conversem e estudem o tema. Em reuniões estratégicas, permitam-se abrir o diálogo com IES parceiras. Olhar somente para a própria IES limita a visão sobre o ensino superior.
Políticas públicas para estimular as redes, consórcios e outros tipos de cooperação são bem-vindas, pois criam mecanismos de incentivo, instigam as sinergias com reconhecimento público, o que em um sistema em que predomina a fragmentação, o benefício através da cooperação é recomendável. Nesse sentido, o Conselho Nacional de Educação está elaborando um parecer que resultará em uma resolução sobre o tema.
Quem conhece a dinâmica das redes de cooperação sabe que através dos aprendizados, via troca de experiências e mudanças estratégicas, a IES pode melhorar a sua eficiência nos processos de gestão, melhorar a qualidade das áreas acadêmica e administrativa e reduzir custos com alianças que levem a fusões de áreas afins, que possuam sinergias.
O projeto de redes de cooperação com que colaboro (redes Semesp, Consórcio Sthem Brasil e MetaRed Brasil) trouxe aprendizados. Acredito que quem não se envolve com as cooperações efetivas, provavelmente, desconhece ou tem visão parcial sobre seus benefícios. Se o gestor não priorizar as redes, ele estará limitando o sucesso de sua IES.